Eu já fui uma crente muito dedicada a deuxxx.
Sucumbi ao racismo religioso, pois condenava as religiões de matriz africana como sendo do diabo – figura que representa todo o mal do mundo -, mas sempre aceitei de bom grado as mitologias nórdicas com seus deuses “estranhos” e brancos.
Cedi à homofobia, pois acreditei que ser homossexual também era um efeito do diabo sobre a vida das pessoas, que a homossexualidade era anormal e precisava ser revertida para heterossexualidade.
Acreditei que a mulher virtuosa existia… E ficava buscando o tal “valor que excede a finas joias”… Ah, que merda de frustração em que eu me meti! Esse raio dessa mulher tinha empregada e, provavelmente, fazia o que gostava…
Tive um discurso machista, cheguei a concordar que a roupa da mulher provocava homens e homens casados (que absurdo!).
Eu seria uma glamurosa ‘bolsonara’, para vergonha da minha mãe… Seria adepta desse candidato porque defenderia a família que deuxxx criou e os valores chamados cristãos.
Eu estava sempre muito disposta a morrer por crixxto em missão.
Quando a película do meu cérebro foi sendo retirada e as escamas dos meus olhos foram caindo, eu entrei numa crise profunda… Graças ao Jesus-raiz consegui resgatar os ensinamentos de minha mãe e percebi que pra ser uma pessoa legal eu precisava olhar pros outros, pras pessoas e não pro deuxxx mitológico malvadão justiceiro fulminador.
Eu sei o que é a cegueira revestida de bondade. Também sei o que é a crise profunda quando nos damos conta da realidade. É parada seríssima, papo de exorcismo… Tem que estar muito disposto a sentir dor… E ter esperança que o que vem pode ser melhor.